Conheça as soluções sustentáveis que duas arquitetas projetaram em um dos lugares mais paradisíacos do planeta

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por Fernanda Dorta p/ Margem Arquitetura

Após quase três anos de projeto e dez meses de obra, a reforma da sede do ICMBio localizada no Parque Nacional Marinho e na Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha, em Pernambuco, foi inaugurada na última sexta-feira (05), no arquipélago.

O projeto da reforma da sede do ICMBio foi projetado e fiscalizado pelas arquitetas Cecília Prompt (Margem Arquitetura) e Viviane Martins (Ohásis Arquitetura Sustentável) em parceria com engenheiros e equipe de execução.

A obra teve recursos do Programa Adoção de Parques, administrado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FunBio).

O objetivo do projeto foi melhorar a parte estrutural do alojamento que recebe uma série de pesquisadores do Brasil e do exterior, que passam temporadas pesquisando a vida do ecossistema local. O projeto priorizou também a implantação de tecnologias visando um melhor conforto térmico, além de implantar um sistema integrado incluindo captação da água da chuva, tratamento ecológico de esgoto, aquecimento solar da água.

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Sistema integrado de aquecimento solar e caixa da água

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Estrutura de pinus autoclavado com madeira de reflorestamento

Para Viviane o projeto foi um trabalho de requalificação do ambiente. “Recuperamos a edificação existente. Desde a parte estrutural até a parte hidráulica e elétrica. Também incluímos coisas que não existiam como guarda volume e um mezanino em cada quatro. Também investimos em ventilação natural cruzada o que diminui consideravelmente o uso de ar condicionado”, ressalta.

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                                        Mezanino

“O alojamento é um prédio bem antigo e já estava bem degradado. A reforma foi essencial para o funcionamento das atividades dentro do ICMBIO, Projeto Tamar e para demais pesquisadores que passam longas temporadas no local, reforça Cecília Prompt.

Tecnologias Sustentáveis

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Captação de Água da Chuva

Segundo o levantamento de informações das arquitetas Fernando de Noronha necessita basicamente de dessalinização de água para fornecer água potável. Com o longo período de estiagem, uma das prioridades do projeto foi pensar num sistema integrado envolvendo a captação de água da chuva e tratamento ecológico de efluentes. A coleta de água da chuva tem capacidade para 25 mil litros de água envolvendo o descarte, filtragem e tratamento o que permite que este recurso seja próprio para o consumo humano.

Ainda dentro da linha da sustentabilidade as arquitetas criaram a questão da separação das águas cinzas que vem dos chuveiros, tanques, pias, separadas das águas negras, que vem do vaso sanitário. Esse tipo de separação visa um tratamento mais eficiente do esgoto. Segundo a arquiteta Viviane essa prática reduz consideravelmente a contaminação e permite que tenha um tratamento ecológico de efluentes.

Projeto de Ampliação

Segundo Cecília, no projeto original havia a ampliação de uma sala de estar e sala dos vigias que acabou sendo transformada em uma cozinha para  atender os pesquisadores que residem na sede.

Apesar do projeto de ampliação não ter sido executado, a arquiteta previu algumas tecnologias voltadas para a biocontrução com estruturas com solocimento e telhado verde.

De acordo com a arquiteta, o projeto de ampliação não pode ser executado porque o valor do custo unitário básico da construção civil em Fernando de Noronha é três vezes maior do que outros lugares devido questões de logística.

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Equipe da Obra analisando o Projeto de Ampliação

 

Projeto de arquitetura reforma e ampliação: Arq. Cecília Prompt e Arq. Viviane Martins

Projeto estrutural de fundações: Eng. Civil Eduardo Pasim

Projeto captação e armazenamento da água da chuva: Arq Cecília Prompt e Eng. Amb. Tiago Lemos Guedes

Projeto hidráulico distribuição de água quente e água fria: Arq. Cecília Prompt e Arq. Vika Martins

Projeto elétrico: Eng. Ele. Rodrigo Barão

Execução: Universo Empreendimentos

Fiscalização: Arq. Cecília Prompt e Arq. Viviane Martins